Saturday, August 26, 2006

Sorte ou Azar



Eu nem sou tão supersticioso! Para falar a verdade, eu nem acredito em superstições, gatos pretos ou passar debaixo da escada. Mas é que atualmente, eu não sei se estou com excesso de azar ou falta de sorte! Se isso for realmente verdade eu devo ter caminhado por uma estrada longa cheio de escadas para se passar por baixo. Não é dando uma de “Lei de Murphy”, mas sabe quando tudo parece estar dando errado, e não é apenas impressão sua? Quando parece que as coisas se dificultam mais pra você do que pros outros. Não com exemplos simples de que a fila do lado sempre anda mais rápida, mas são situações peculiares desde acabar a vaga na sua vez ou ser o único a ser roubado num grupo de amigos.

Tudo bem! Eu nunca fui um cara sortudo e sempre fui apontado como o azarado da sala, mas ultimamente, as coisas parecem estar dando tão errado que às vezes dá vontade de larga tudo e sair correndo (mas no sentido literal da frase) e apenas sentar e chorar! Daqueles choros ilusórios de que algo seria resolvido, apenas por chorar.

Mas logo logo já ouço alguém vindo me dizer:

- Não diga isso, vai acabar atraindo!
- Parem! Já disse que não sou supersticioso.

Quando eu realmente parei pra pensar, surgiram-me duas hipóteses!

Será que agora realmente eu cresci e estou sentido na pele a dor de ter responsabilidades. Agora que eu não sou mais aquele adolescente, acobertado pelos pais, protegido dos meus medos e acompanhado nos meus passos. Agora meus pais não tem mais a mesma disponibilidade de maquiar as milhas falhas. Agora que meus problemas não se resumem a provas da escola estou sentindo a real dificuldade de lutar pelos meus sonhos e de buscar os meus desejos! Talvez possa ser que somente agora eu tenha percebido que nem tudo é tão fácil quanto parece(ia) ser.

Por outro lado, pode ser também, que eu tenha me tornado uma pessoa muito egoísta, mas tão egoísta ao ponto de olhar só para os meus problemas, e achar que só por eles serem meus, são os maiores problemas mundo. É, talvez seja uma crise de egocentrismo! Nunca paramos pra imaginar que todas as pessoas que cruzam por nós na rua tenham os mesmo problemas que nós, e as vezes até piores. Pois a verdade é, preferimos reclamar, lembrando que existem pessoas mais felizes ou mais tranquilas que a gente, do que deixarmos nossa ingratidão de lado e observamos quantos estão com mais problemas que nós.

Mas não deveríamos nos comparar sempre com o melhor que poderíamos ser ou ter? Talvez. Hoje percebo que o que me tornava aflito ontem, na verdade nem é problema. Precisei ir visitar uma ex-colega no hospital para compreender isso. Percebi que o julgamento de sorte ou azar depende mais do ângulo que iremos olhar do que pelos fatos em si! Só que é mais fácil chorar pelo que deu errado, colocar a culpa do fim do namoro nos signos, a perda do emprego nos cosmos,  do que admitirmos que nossas escolhas resultaram ali. Perdemos tanto tempo chorando portas que se fecharam que não sobra para sorrir para novas que se abriram.

E foi assim, me retirando do centro do mundo e olhando para o lado, que percebi como eu era sortudo. Talvez tenha demorado a perceber, talvez por ser ainda um pouco ingrato, talvez ainda por ser um pouco egoísta. Mas já percebo que meus problemas não são os maiores do mundo apenas por serem meus. Não me torno incapaz por não conseguir algo num determinado momento. E nossos sonhos depende muito mais da gente do que do destino.
Por isso continuo preferindo não acreditar em superstições, nem em pés de coelhos. As coisas simplesmente acontecem! E vou retornando a minha vida mais otimista. Uma vida conturbada, porém não-monótona. Correndo atrás dos meus objetivos, mesmo tendo muitos outros problemas. Mesmo sendo acompanhado por esse tal de “azar” que dizem por ai.
Quero dizer...
Azar me acompanhando?
Por precaução vou dar três batidas na madeira que é para não atrair. (Vinícius D'Ávila)
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Sunday, August 13, 2006

Felizes Para Sempre?




"(...) E eles viveram felizes para sempre (...)" [Contos de Fadas]

Mais difícil do que encontrar a felicidade, que é facilmente encontrada em todos os finais de novelas e histórias infantis, é encontrar este “para sempre”. Sempre me questionei o tempo determinado do sempre? Ou melhor, será que é só até aparecer outro caso emocionante na vida da mocinha? Isso mesmo, pois se a vida do Príncipe e da Cinderela tiver sido a mesmice após ela ter calçado o sapatinho, era melhor ela não ter nem calçado. Pois até Cinderela perde o encanto se só comer arroz e feijão todos os dias.
Vocês entendem o que eu digo?
Viver é ter problemas, é ter medos, é ter alegrias, é ser único. Mas voltando ao assunto do “para sempre”, é difícil compreender esse termo, pois se tem algo que eu realmente acredito é na finitude. Embora positivamente pensando, todo fim é um começo, mesmo que esse fim seja o nosso, então acreditamos realmente num “para sempre”, por estarmos presos nesse ciclo de recomeço.
O final de uma linda história de amor, poder ser o começo de uma nova e até mesmo mais bela historia. O segredo é se esse tempo todo vai valer mesmo a pena.

A vida passa mais rápido do que imaginamos. O tempo passa mais voraz do que imaginamos. E quanto mais velho ficamos, mais este tempo parece passar mais rápido. Não digo de mudanças numéricas, pois um minuto pode até durar os mesmos sessenta segundos, mas eles vão se tornando valiosos com o tempo, por eu saber que amanhã terei menos que hoje. Isso se o amanha chegar.
Às vezes chegamos a pensar que tudo dura pra sempre, e quando percebemos estamos dando vida a música de Cassia Eller dizendo com o rosto cheio de lágrimas que o pra sempre, sempre acaba.
É engraçado como torcemos pra terminarmos a vida escolar, pra nunca mais fazermos provas ou termos que assistir as velhas e chatas aulas de filosofia, mas em menos de um mês após formarmos já sentimos falta até da falta de conforto das cadeiras da sala.
Por isso cada momento tem que ser vivido como se fosse não apenas o último momento, mas o único. Sem ficarmos esperando as pessoas irem embora de vez para nos despedirmos de verdade.
A vida é assim, como um corredor, por onde as pessoas entram e saem com tanta facilidade, que às vezes nos perdemos no meio dessas “portas da vida”. A vida é feita disso, de encontros e desencontros, chegadas e despedias. Pessoas saem das nossas vidas, para darem espaços a outras e fatos são esquecidos para serem guardados outros.
Esses dias encontrei uma ex-colega minha, na porta de uma sorveteria. Havia um bom tempo que não nos víamos. Quando a reencontrei, percebi que havia sentido falta dela - apesar de não ter notado - mesmo que nós nunca tenhamos sido muito próximos ou conversado muito. Ela me fez lembrar tantos momentos, e sentir falta de tanta coisa, que naquele momento eu percebi que saudade era algo muito maior do que eu havia aprendido em aulas de português.
E antes que eu me esqueça disso e de outros fatos, resolvi escrever um blog, mas não apenas sobre o que se passa na minha vida, mas sobre o que se passa em minha mente, concretizando todas histórias de amor, guardando a sete chaves toda história que seria esquecida, para que de alguma forma eu desaprendesse a esquecer. Afinal, infinidade pode realmente não existir, mas podemos prolongar um pouco mais, após surgir à palavra fim. (Vinícius D'Ávila)
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