Sunday, December 27, 2015

Matheus





Sei que irmãos não devem se declarar um ao outro, pelo menos não assim publicamente, mas hoje senti uma falta absurda de você! Lembrei quando citou Dostoievski em que ele dizia que era impossível amar o próximo, mas que para mim você abriria uma exceção. E apesar de sermos muito diferentes, sempre te achei a pessoa mais parecida comigo. Você sempre foi minha companhia certa, das aulas de teclado a natação. Mas apesar de estar sempre ao meu lado eu nunca te confessei o quão te acho criativo e como invejo seu bom gosto por livros e filmes. Que apesar do mais velho ser eu, sempre quis ser igual a você. Com essa mesmo auto-confiança e uma aparente facilidade de desfazer do passado. Porque nunca fomos somente irmãos. Fomos a principal companhia um do outro em todas as atividades e em todos os dias antes de dormir.


Desde que me entendo por gente eu dividia quarto com você! Eu sempre quis ter um quarto só meu, quando me mudei e me vi indo dormir sem ter pra quem dar boa noite eu percebi que você sempre foi o motivo de eu nunca me sentir só. É estranho. Irmãos são naturalmente estranhos. É essa a nossa função. Amar sem demonstrarmos que amamos.  Mas hoje quebro essa regra e digo publicamente. Te amo!

Vinícius D'Ávila