Monday, December 28, 2015

Rafaela


E quando daremos o adeus? Foi o que nos perguntamos durante um mês inteiro.


A gente só aceitou como despedida aquele abraço frouxo, porque tínhamos certeza que nos veríamos inúmeras vezes antes de ir. Ai seu cachorro fugiu, compramos passagens nas datas erradas, a reunião com minha orientadora durou mais que o planejado, você já não podia faltar a tutoria, você viajou, eu viajei. Fim. No último abraço nem confessamos que sentiríamos saudade, nem prometemos não nos afastar, nem estávamos sóbrios. Minha blusa de frio ficou em sua bolsa e meu adeus eu guardei no bolso. Era muita certeza que seria só um até logo.



Ai vem Tim Maia cantar no rádio sobre o adeus que eu não pude dar e eu paro e me lembro de você. 
Queria tanto ter te dito que você era mais parecida comigo que o mundo inteiro. Que jogar uno é bom, mas jogar uno com você é perfeito. Porque você dá uma risadinha quando ganha que me causa melhor sensação que ganhar. Que a gente batia no peito para dizer não ter sorte na vida, mas que era sorte demais termos encontrado um ao outro. Que nos próximos sabados não poderemos ir nas mesmas festas mas toda vez que tocar sertanejo eu vou levantar meu copo e brindar a você.
Há quem diga que você fala alto e é expansiva. Já há quem diga que é possível te amar nos primeiros segundos ao te conhecer. Não existe opinião meio termo sobre você. E sim, eu te amo demais. E quero que saiba que você foi grande parte da minha felicidade nesses dois últimos anos.

E te pergunto novamente o que já te perguntei o mês passado inteiro.
E quando daremos adeus?
Ai decidi. Não, não daremos. O nosso adeus é só quando morrermos, só quando formos bem velhinhos. Fica com meu até logo, guarde minha blusa.