Wednesday, September 20, 2006

Desabafo de Um Jovem Apaixonado - Parte 2




Sabe quando você acredita ter encontrado a pessoa do resto de sua vida? Você só não tem certeza que quer viver o sempre com ela, como também não consegue se imaginar sem ela!
Sabe quando essa pessoa diz a você que infelizmente não sente o mesmo e que você precisa esquecer, pois não há outro jeito. Que você está só confundindo as coisas.
Tudo bem! Eu posso até aceitar que ela não me ame! Mas não que ela duvide do meu amor. E por mais que se passaram quatro meses que nos beijamos, outros vários beijos e alguns pedidos de esquecimento, cada dia que a vejo é como se fosse o primeiro dia que a conhecesse e uma nova oportunidade para conquistá-la.

Tudo desandou, quando em um dos primeiros beijos, eu soltei incontrolavelmente, as palavras malditas entre o tocar das línguas. Eu disse “eu te amo”. Acho que ela tem medo de rotina, de ficar presa em algum lugar ou a alguém.

Ela então me disse que não sentia o mesmo por mim.
E eu disse que tinha esperança de fazê-la se apaixonar.
Ela me perguntou como eu conseguia ter vontade de estar com uma pessoa só.
E eu perguntei do que ela tinha medo.
Ela duvidou que fosse amor.
Eu duvidei que ela nunca fosse se apaixonar.
Ela jurou que nunca iria se casar.
Eu jurei que a iria esperar.
Ela pediu para eu deixar a vida acontecer.
Eu pedi a ela pra no futuro pensar em mim.

E por mais que ela dizia nem sentir atração por mim, eu tinha esperança de conquistá-la, pois dentro de mim algo dizia pra não desistir e que no futuro eu me arrependeria por não ter tentado o bastante.
Que era mais fácil faze-la me amar do que amar novamente alguém.
Que talvez eu não tenha tentado do modo certo.
Que talvez eu devesse esperar um pouco mais ou devesse ser menos ansioso.
O problema é que eu tenho medo dela ficar para sempre no meu pensamento e eu apenas no seu esquecimento. Antes eu tinha esperança de que se ela não encontrasse ninguém, talvez um dia chegasse a me procurar.

Ela tinha me falado de um garoto. E a primeira vez que o vi, tinha certeza que era ele, não porque ela o havia descrito, e apesar de não saber o motivo, eu tinha guardado a certeza. E eu senti que ele gostava dela. Eu vi o jeito que ele olhava pra ela. Eu vi o jeito que ele sorria pra ela. De uma maneira que nunca foi capaz de sorrir para mim. Ela também parecia gostar dele. Eu vi o jeito que pedia pra ele esperar. Eu senti quando os dois partiram. Senti em forma de uma dor que eu nunca havia sentido, a ponto de querer estar em qualquer lugar menos ali. Eu só queria conseguir odiá-la. Percebi que eu era extremamente burro, afinal quantas pessoas mais bonitas e interessantes ela iria conhecer? Quantos convites mais atraentes ela iria receber? Como não havia percebido que somos de mundos tão diferentes? Como fui besta de acreditar que princesas se apaixonam por sapos? Aquilo não dependia de ser ou não perseverante! Foi assim que senti que havia perdido aquela partida, mesmo não sendo igual aos que desistem fácil.
E na idade que estou não sei responder a mim mesmo se conseguirei um dia esquecer, mas não há mais nada que eu possa fazer! Nem para que me ame, nem para que eu esqueça. Quanto a paixão, deixo ela ainda acreditar que nunca irá se apaixonar! Preferi não avisar, mas eu também não escolhi que era ela que eu iria amar! (Vinícius D'Ávila)