Friday, September 15, 2006

Desabafo de Um Jovem Apaixonado




Eu sempre quis me apaixonar! De tanto ouvir que era como sentir borboletas voando na estomago, quis também sentir. Certa vez, segurei uma em minha mão fechada, mas não compreendi. Era imaturo demais para isso. Ainda sou. Pior era escutar o terrível "como se estivesse nas nuvens". Logo eu que nunca havia nem andado de avião. Queria tanto entender de metáforas como entendiam os apaixonados. Por isso desejei.


Pensei que eu conseguisse facilmente, por alguém que eu escolhesse, no momento que eu escolhesse. Pensei que seria a melhor coisa que me aconteceria na vida. Pensei que seria idêntico a filmes e novelas, por qual eu fui enganado durante muito tempo mostrando aquelas histórias ilusórias que dificilmente se repetem na vida real! Pensei que seria simples.


Para falar a verdade, eu demorei a perceber que estava apaixonado. Eu pensei que aquilo era só gostar, mas comecei a notar que era diferente quando percebi que já não tinha controle sobre os meus atos e nem sobre mim mesmo.

Agora meus caros leitores, com apenas 17 anos, como eu tenho certeza que é realmente amor? Foi só repassar a história em minha mente. Olhar para o passado e perceber claramente! Apesar de conhecê-la há quase seis anos, eu me lembro da primeira vez que a vi, de como ela estava vestida, de como estavam seus cabelos, de como ela olhava para as pessoas. Não sei se a primeira vista já foi amor, pois o que eu senti de inicio foi crescendo com o tempo. Acho que a primeira vista foi apenas atração. Mas como não sentir atraído? Por favor, vem aqui Nando Reis falar por mim. Estranho seria se eu não me apaixonasse. Com o tempo que fui a conhecendo, o sentimento de carinho foi aumentando, mas eu tentava dizer a mim ser apenas amizade. Disse isso tantas vezes interiormente, que cheguei a acreditar.

“Nunca uma menina como ela olharia para mim”. Sempre fui cruel com os meus pensamentos, mas no começo nem minha amiga ela queria ser, mas por mais que ela me esnobasse, eu não conseguia para de querer vê-la. Eu sentia um carinho cada vez maior, que cada vez me tomava conta, e eu ainda acreditando que era apenas um carinho. Eu comecei a ter vontade de conversar com ela todos os dias, eu tinha vontade de proteger-la, eu tinha vontade de estar com ela e mais ninguém. Com 17 anos, idade em que podemos nos permitir, eu resumi minha história a acompanhar a dela. Mas sabe, se foi difícil conquistar a confiança dela, quanto mais o amor. Sim! Eu percebi que estava apaixonado quando durante uma festa cheia de pessoas queridas, eu me senti só, senti que as músicas que tocavam haviam sido feitas pra mim. Senti vontade de chorar enquanto devia estar sentido vontade de dançar. Tentava me dar por satisfeito em ter conseguido ser seu melhor amigo.

Mas como eu não havia percebido antes? Como quase uma totalidade das músicas falam apenas de amor! Eu conclui que o amor não deveria chegar agora, eu ainda era muito novo, queria aproveitar e curtir, queria ter de volta os prazeres que um dia eu tive, queria ter mais tempo antes de escolher alguém pra viver o sempre, mas foi o sempre que me escolheu. Eu não conseguia pensar em outra pessoa.

E o tempo passou. O sentimento de paixão, simplesmente se fixou. E foi num dia inesperado na escada de um prédio de uma amiga que um beijo aconteceu. Perdi as contas de quantas noites de espera. Se foi cinco ou seis anos que sofri calado sem nunca ter me declarado, sem nunca ter falado nada. É complicado explicar num pequeno texto o que aconteceu durante esse tempo todo, o porquê que eu nunca me declarei e o porque eu nunca esqueci.

Mas sim! Era amor! É amor! Não foi um beijo normal. O tempo parou. E até hoje me vejo preso naquele momento! Eu estava mesmo apaixonado! Talvez eu tenha esperado muito tempo. Talvez a minha vida não seja exemplo de uma boa história de amor ou talvez eu não seja aguardado por um final feliz. Mas hoje eu já entendo quando chegam em mim dizendo borboletas voando na estomago.
(Vinícius D'Ávila)