Thursday, October 19, 2006

Como a Vida Poderia Ser!! (?)



Como que a vida nossa poderia ser?
Imagine só... Se a gente pudesse escrever nosso destino e tornar as coisas tão mais simples e menos conturbadas. Provavelmente nasceríamos em uma cidade nem muito pequena nem muito grande com um nome de uma pedra ou então de algum santo. Com uma placa na entrada dizendo "Bem-vindo" e se você fosse realmente esperto, ao olhar para trás, leria um amistoso "Volte sempre", sem mesmo precisar sair.

Teríamos dois irmãos. Um mais velho, que seria mais forte, como se fosse pra nos proteger dos “marmanjões” da escola. E uma irmã mais nova, para agente implicar com as roupas dela quando ela fosse sair! Ainda criança teríamos vários amigos, mas dois marcariam bastante. Um garoto com um nome qualquer, mas com um apelido bem diferente, tipo prego, melecão ou salsicha que saberia tocar varias musicas no violão velho do tio dele durante as madrugadas que não teríamos nada para se fazer. E uma amiga, com algum apelido carinhoso de Clarinha, Aninha, Carolzinha que faria aqueles bolos de chocolate e recheio de doce de leite pros aniversários surpresas (menos pro dela, é claro, que compraríamos numa padaria). Teria uma sorveteria na esquina das nossas casas e ao lado uma lanchonete com nossos lanches favoritos. A casa de Aninha seria a mais perto do centro, para quando voltássemos das festas e shows (ou até mesmo dos disputados aniversários de 15 anos) a deixaríamos ela em casa antes de irmos pra nossa. As únicas vezes que eu veria Aninha chorar seria quando cachorrinho dela fugisse e no final de Titanic. Prego só choraria no dia da nossa formatura, não por está incontrolavelmente triste, mas por estar incrivelmente bêbado. Um dia apostaríamos na loteria e ficaríamos durante toda a noite planejando o que fazer com dinheiro, e umas das únicas decepções com que passaríamos seria de saber que não havíamos ganhado.

Prego seria “bom de bola”, Aninha quase uma “artista”, e a principio eu pensaria que não era bom em nada, mas perceberia que era o único que ainda não notara meus dons. Antes do final do ensino médio já saberia qual profissão que queria seguir, e não estudaria pra passar no vestibular, estudaria para ser o melhor que vida me permitisse ser. Em uma das festas encontraria uma menina que te chamaria muita atenção e provavelmente ela teria dois nomes: Maria Fernanda, Ana Paula ou Carla Valéria. E você entenderia o que é ser a pessoa certa no momento certo. Ela sentiria o mesmo. Apesar de ambos já terem tido outras pessoas no passado, dessa vez sentiriam que seria diferente. Só brigaríamos pra escolher o que fazer na sexta. Escolheríamos uma música do Nando Reis ou do Leoni e diríamos ser “nossa música”. O dia que eu mais ficaria nervoso seria quando ela fosse me apresentar aos pais. E justo nesse dia eu derramaria o copo de refrigerante no sofá da mãe dela e erraria o nome da tia. Passaríamos por alguns problemas, mas teríamos certeza de querer estar sempre juntos. As pessoas morreriam numa ordem cronológica, dos mais velhos para os mais novos e apenas de morte "morrida”, nada de morte “matada”. Haveria tempo pra despedir de nossos avós, que sempre morreriam dormindo e só depois dos 90.

Se eu escrevesse minha história, ela seria assim. O mundo não seria perfeito, pois perfeitas seriam nossas vidas! E com o passar dos anos, mesmo acontecendo tantos outros acontecimentos, olharíamos pra trás e perceberíamos como são os detalhes que fazem a diferença e que é a simplicidade que nos faz feliz. Infelizmente nem sempre é assim, nem sempre! (Vinícius D'Ávila)