Saturday, November 10, 2007

A Dançarina e O Poeta



Eu nunca soube como havia terminado.
Assim como eu nunca soube como havia começado.
Ao abrir o livro ficava a dúvida: Se a última página foi com o final da ligação ou acabou tinta para continuar a escrever.
Terminou tudo tão rápido que as dividas nunca foram pagas.
A dança que ela nunca terminou.
Os versos que eu nunca escrevi.
Ela saiu da minha vida enquanto eu ainda escolhia a nossa música e os sons de violino me impediram que eu escutasse os passos.
Eu queria escrever versos sobre ela, mas só conseguia escrever da saudade sentida dela.
Quando enfim descobri que a promessa feita a mim não foi exclusividade, resolvi transformar a dança em versos.
Assim ao menos o fim da nossa história não se resumiria a promessas.
Os passos num ritmo que só nós conhecíamos. As letras dançando de uma maneria que eu imaginava que um dia iriamos fazer, sem ninguém para atrapalhar avisando que a festa acabou.
Guardando o beijo esperado para o fim da dança, acompanhando os seus pés, guiando com minhas mãos.
(Vinícius D'Ávila)