Monday, February 04, 2008

Fim




Desde o primeiro dia em que ele a beijou, ela esperava ele dizer que não sentia mais nada. Ela tão pessimista e ele tão desacreditado. É que ela dificilmente se apaixonava e igualmente dificil se esquecia. Ele era o oposto. Enquanto ela tinha medo de que ele a esquecesse, ele ainda duvidava do que ela sentia. Mas dentro deles havia uma força maior que os ligava, nem precisariam dar um nome. Era a mesma força que os fizeram perdoar os erros um do outro. É que tudo que eles viveram, por mais curto que tenha sido, mudou toda a concepção que eles tinham de dois, de um, de amor. O mesmo amor que eles tinham medo de dizer e de sentir. Mas talvez nem fosse o amor aquele sentimento sem nome que eles sentiam. É só mais uma dessas coisas inexplicáveis da vida. O último abraço foi atrás do muro e eles ficaram se olhando até que ele sumisse no fim da rua. Agora ela estava a espera de um ônibus, sem saber ao certo quando iria voltar. Pois quando chegou o dia por qual ela mais esperou, ela percebeu que não mais queria ir. Mas aprendeu que o medo que sentia não poderia mudar o final. Talvez fosse realmente ali e agora. Talvez não. Aprendeu isso com aquele que ela havia julgado esnobe, mas que se mostrou sábio e amigo.
Isso a confortou.
Talvez aquele que ela julgou não saber amar fosse o que a ensinaria tudo isso.
E ela partiu. Partiu durante o melhor da festa. Enquanto tocava a música mais pedida. Quebrando os lábios no melhor de um beijo.
Partiu com um sorriso triste no rosto.
Aqueles que passaram tanto tempo perto, porém separados, agora estavam juntos, porém distantes.

Talvez se não tivesse sido assim, não teria dado tão certo.



obs.: O fim talvez seja um novo começo só que com um novo nome.

(Vinícius D'Ávila)