Tuesday, March 04, 2008

4 Perfeitos Idiotas




Eram quatro perfeitos idiotas. Cada um com suas características que os tornavam únicos. Era a falta do que fazer que os unia. Ou melhor, a criatividade que usavam a falta do que fazer.
Havia a “idiota romântica”, que fantasiava um amor que nem sabia se existia. Via romantismo onde ninguém mais conseguia enxergar. Temia que seu resultado final fosse: abandonada cuidando de dezessete gatos. Queria logo o seu príncipe.
Havia o “idiota sonhador” que encantava muitos, mas se preocupava mesmo, era com os outros três idiotas, os mesmos três que ele já havia magoado. Possuía sonhos maiores que ele, mas sua coragem era ainda superior.
A “idiota realista”, que já não acreditava em brilhos nos olhos, possuía os pés no chão mais do que deveria, mas foi a vida que a tornou assim. Ela transparecia uma auto-confiança dificilmente alcançada por outros.
E o “idiota palhaço”, aquele que conseguia transformar todas suas lágrimas em risadas. Com sonhos do tamanho do outro idiota, mas sem a mesma coragem.
Eram quatro idiotas por tudo que faziam e diziam. Estupidamente felizes confidenciavam segredos e trocavam beijos sinceros. Tinham idéias tão ridículas quanto idiotas. Foram anos juntos.
Certa vez no Hallowen saíram as ruas fantasiados para pedir doces. Aquilo nunca havia sido costume daquela cidade, mas ali estavam eles. O jason, o corcunda, a bruxa e a vendedora de cachorro quente (foi a única fantasia que ela arrumou de última hora). Não conseguiram muitos doces, mas receberam muitas risadas.
Definitivamente, eles não se importavam com isso.
Chega um dia que até mesmo idiotas precisam tomar caminhos diferentes, mesmo sendo tão parecidos. E aquelas pessoas que riram deles naquele dia, hoje nem se lembram mais.
Mas aqueles quatro idiotas se lembrarão para sempre. (Vinícius D'Ávila)