Monday, November 24, 2008

Minha Metade Otimista



Eu sempre tive a sorte de encontrar pessoas em minha vida que me dissessem a importância de ser otimista. O problema é que eu nunca dei muita atenção a isso. Um de meus amigos que eu sempre contava alguns de meus muitos problemas me dizia: “Pensando positivo tudo pode mudar.” E eu tinha uma amiga que acreditava que o carro na foto do papel de parede de seu computador um dia seria dela. Bastava ela desejar. E uma professora que foi uma das primeiras a afirmar: “Tudo aquilo que acontece em sua vida, é conseqüência do que um dia você desejou.” E após ouvir cada uma dessas afirmações eu jurava que iria testar, mas acabava me esquecendo no outro dia.
Mas foi sentado numa praça que alguns de meus conceitos mudaram. Era sexta-feira eu precisava acordar cedo no outro dia. Eu e mais dois amigos esperávamos outros dois amigos terminarem de conversar sentados num banco da praça central, pra podermos ir assim embora para casa. Eu todo concentrado com meu celular novo, ou melhor, o antigo celular de meu pai que agora era meu – não percebi que uma pessoa se aproximava. Quando o percebi não deu tempo de quase nada, pois antes que eu escondesse meu precioso novo celular ele já havia começado a falar. E a principio falou coisas ilógicas, sem sentido. Falou da água da fonte, de praças e de sapateiro. Ou ele estava bêbado, ou drogado, ou ia nos assaltar – ou então os 3 juntos – pensava eu. Mal sabia eu que duas frases das muitas – muitas mesmos – que ele diria, iriam me fazer pensar por no mínimo alguns dias. Não sei se eu era o único prestando atenção, ou eu era o único perto o bastante para ser atingindo pelas gotas de cuspe que ele insistia em soltar ao falar – sim, eu escapei da maioria, quem já teve professor que falava dessa maneira, aprende técnicas de escapatórias incríveis e úteis pra vida toda. De fato, mas parecia que o que ele dizia, estava ali pra dizer para mim. Foi quando um sexto amigo meu chegou e cumprimentou a todos – exceto o visitante. Ele fez uma pausa no seu discurso sobre o Obama e disse num tom de ironia “Um dia quando eu for bonito ou importante, talvez ele me enxergue.” Essa foi a primeira fase que me fez pensar.
Depois continuou declamando algumas palavras em inglês e de como ele adorava ir de penetra em coquetéis e comer todos os salgadinhos possíveis e de como um negro conseguiu ser presidente nos EUA – acreditando – Foi ai que ele nos pediu que fechássemos os olhos – sei que pode parecer ridículo mas quando ele pediu isso pensei em duas hipóteses. Na primeira um caminhão cheio de prêmios chegaria buzinando naquela praça com Luciano Huck do lado dizendo que tudo se tratava de uma brincadeira do programa dele e que estávamos ricos, na segunda que ele puxaria meu celular e sairia correndo. Mas ele não pediu apenas pra fecharmos os olhos, pediu pra fecharmos e fazermos três desejos. Percebi que nenhum dos meus amigos fechou – um nem fechou nem desejou, o outro fechou sem desejar,o restante não prestava atenção na conversa – e resolvi então fechar. Como meu celular não foi puxado e não ouvi nenhum caminhão buzinando resolvi então desejar.
Desejei três desejos silenciosamente e sem muito acreditar, mas com pontas de esperança. Desejei a pedido de uma pessoa que eu não sei o nome e nunca havia visto. Desejei mesmo que nenhum de meus amigos acreditassem. Então abri os olhos para ouvir a segunda frase que me maçaria. “Desejou? Pois todos os seus desejos serão realizados” e simplesmente foi embora. E posso ter me tornado utópico, mas agora eu acredito na tal lei da atração. Pois não-acreditar é o primeiro passa pra tornar nossos desejos em impossiveis.
(Vinícius D'Ávila)